Total Pageviews

Thursday, August 15, 2013

Especial do Brazilliance em 15 e 22 de agosto, 2013

EM 9 DE JULHO, TRINTA E TRES ANOS ATRÁS, FALECIA O ESCRITOR, CANTOR E COMPOSITOR VINICIUS DE MORAES. SEU LEGADO MAIOR É O UNIVERSO POÉTICO-MUSICAL DE QUEM VIVENCIOU E RETRATOU SEU AMOR -- PAIXÃO, MESMO -- PELA VIDA. POIS, ENTÃO, VALE MAIS PENSAR QUE VINICIUS FARIA CEM ANOS NO PRÓXIMO MÊS DE OUTUBRO, E É ESTA A PROPOSTA PARA PRÓXIMAS DUAS EDIÇÕES DO MEU PROGRAMA DE RÁDIO, BRAZILLIANCE, 15 E 22 DE AGOSTO (NESSA QUINTA-FEIRA E NA SEGUINTE). NO TOTAL SERÃO SEIS HORAS DAS MAIS FINAS CANÇÕES E POEMAS DO BARDO CARIOCA,15H00-18H00, HORÁRIO DE NOVA IORQUE, OU 16H00-19H00, HOR. DE BRASÍLIA, SEMPRE AO VIVO, PELA EMISSORA UNIVERSITÁRIA WUMD, 89.3 FM, OU ON-LINE, PELO LINK DIRETO http://stream.umassd.edu/webcast/wumd.php?flash=true. SARAVÁ!

Monday, May 16, 2011

Cristina on Marriage







Cristina (Tina) Modotti, in Frida, directed by Julie Taymor (2002):

I don't believe in marriage. No, I really don't. Let me be clear about that. I think at worst it's a hostile political act, a way for small-minded men to keep women in the house and out of the way, wrapped up in the guise of tradition and conservative religious nonsense. At best, it's a happy delusion - these two people who truly love each other and have no idea how truly miserable they're about to make each other. But, but, when two people know that, and they decide with eyes wide open to face each other and get married anyway, then I don't think it's conservative or delusional. I think it's radical and courageous and very romantic. To Diego and Frida. 


http://www.imdb.com/title/tt0120679/quotes 

Saturday, April 16, 2011

Eucanaã Ferraz sobre Vinicius de Moraes

Livro retrata modernidade da obra de Vinicius de Moraes

da Folha Online
Para atestar a relevância da obra de Vinicius de Moraes, a coleção "Folha Explica" dedica um de seus novos volumes ao poeta. Leia o primeiro capítulo a seguir.
Divulgação
"Vinicius de Moraes", de Eucanaã Ferraz, da série Folha Explica
"Vinicius de Moraes", de Eucanaã Ferraz, da série Folha Explica
A obra sobre Vinicius, assinada pelo também poeta Eucanaã Ferraz, busca abranger com equilíbrio a poesia escrita e a poesia cantada, formadas pelas letras de música vinicianas.
Clássicos como "O Dia da Criação" e "A Bomba Atômica" são observados a partir das relações entre seus jogos internos, suas faturas e seus sentidos, em interpretações objetivamente elucidadoras de seus mistérios. O mesmo se dá na detida exegese que ganham os versos que fizeram de Vinicius o maior sonetista brasileiro do século 20.
Eucanaã Ferraz, poeta e professor de literatura da UFRJ, lista ainda discografia e bibliografia do grande poeta e das parceria com Tom Jobim, com quem criou alguns clássicos da bossa-nova, e com Baden Powell, com quem criou os afro-sambas.
Eucanaã Ferraz é autor de "Martelo" (1997), "Desassombro" (2002), "Rua do Mundo" (2004), entre outros livros de poesia. Organizou "Letra Só", livro de letras de Caetano Veloso (2002), e "Poesia Completa e Prosa", de Vinicius de Moraes (2003).

Sunday, April 3, 2011

Livro de Letras

Livro de Letras
Livro de Letras
Categoria: Artes / Música
Nova edição da mais completa antologia das letras de música escritas pelo poeta Vinicius de Moraes. Resultado de intensa busca em gravadoras, editoras musicais, arquivos particulares e no acervo de inéditos do poeta, ela conta também com um perfil lírico-biográfico que traça a trajetória de Vinicius ao longo de suas parcerias musicais. Tom Jobim, Baden Powell, Chico Buarque, Carlos Lyra, Edu Lobo e Toquinho são alguns dos homens que ofereceram a arte de sua música como abrigo ao imenso coração do poeta, que tinha o dom de transformar o encontro com cada um desses parceiros em verdadeira aventura espiritual. Acompanhadas de farto material iconográfico, as mais de trezentas letras de música aqui contidas confirmam a imagem de um Vinicius inesgotável, até hoje capaz de surpreender. Incluindo o texto biográfico "Um poeta bem acompanhado", por José Castello.
Resenha da Livraria Ouvidor On-Line, 

Sunday, March 27, 2011

Eu te amo

Sábado, 26 de março de 2011


Eu te amo



Já ouviu essas palavras dirigidas a você, olhos nos olhos? Acreditou nelas? Tem coisa melhor? Você já disse aquelas três palavrinhas sem desviar o olhar para o canto da sala? Foram levadas a sério? O que você está esperando? Por que temos medo de expressar o amor abertamente? Deixo as respostas claras e objetivas para as psicólogas da família, Carla e Silvana. 
   Meu negócio é contar histórias, mesmo que para sobreviver eu tenha escolhido a profissão de professor e mesmo que, por graças divinas, eu tenha tido a chance de ministrar e desfrutar de um curso de pós-graduação sobre a paixão. Temos lido muitas teorias e poemas sobre aquele tema apaixonante, mas, melhor ainda tem sido aqui e ali – no corredor ou no meu escritório, por exemplo – ouvir alguns casos de amor “de arrepiar”. O assunto mexe com quase todas as pessoas.  Ao final da nossa aula inaugural, portanto, quando mal tínhamos iniciado o curso, a aluna Nélia Alves passou por mim e me disse,
“Professor, não sei quantos relacionamentos vão sobreviver a esse curso!”
Eu não sabia o que lhe dizer.
Hoje em dia as pessoas podem vivenciar uma paixão e de fato escrever ou dizer “eu te amo” de diversos modos – muitas vezes, por meios eletrônicos. As pessoas podem estar distantes, em diferentes cantos do mundo, por exemplo, ou na mesma cidade ou até no mesmo prédio. Aparentemente a mídia social e intelectual (do tipo FaceBook, MySpace, Orkut e YouTube) chegou para ficar e dominar os processos de comunicação e, em particular, de amizade e romance. A inspiração para esta crônica, aliás, veio-me de um link a um vídeo, o comercial de Yasmin Ahmad, documentarista da Malásia, vencedor do Leão de Ouro no Festival de Cannes de 2008. Disponível no YouTube, o vídeo foi postado por uma ex-aluna, uma amiga portuguesa muito querida, Sandra Sousa. Quase que imediatamente espalhei aquele link,www.youtube.com/watch?v=3fo3WJ1orvk, pela minha própria página no FaceBook. Quatro amigas se manifestaram a respeito dele: duas delas, Ana Catarina Teixeira e Débora Ferreira, lá de Utah, nas Montanhas Rochosas; a Catherine Kolar, do norte de Minnesota; e outra, de Londres, a Rosa Mignacca.
O vídeo, de um minuto e 43 segundos, primeiro mostra a pergunta: “Você tem medo de dizer ‘eu te amo’?” Depois escreve em branco sobre uma tela negra: “Tan Hong Min apaixonado,” menino que então será entrevistado em inglês por uma mulher anônima e invisível. Talvez aos seis ou sete anos de idade, ele diz,
“O nome dela é Umi. Umi Qazerina”.
“Por que você gosta dela?”
“Ela tem brincos e rabo de cavalo. Ela é bonita.”
“O que você gostaria de falar para ela?”  
Sorrindo, meio embaraçado, responde:
“Você quer sair comigo?” E acrescenta: “Para um jantar romântico”.
“Ela sabe que você gosta dela?”
“Não. Deixo em segredo.”
“Por quê?”
“Não quero que o mundo inteiro saiba.”
“Por que não?”
“Por que todos iriam rir de mim.”
“Por que eles iriam rir de você?”
“Porque ela não gosta de mim.”
Em seguida, uma garotinha de rabo de cavalo  se apresenta no vídeo:
“Meu nome é Umi Qazerina.”
A entrevistadora pergunta-lhe,
“Quem é seu melhor amigo?”
“Tan. Tan Hong Min.”
Quando a mulher lhe pergunta, “Você gosta dele?”, Umi não responde. Logo vem outra pergunta, “Você tem namorado?”
Ela faz um gesto afirmativo com a cabeça e diz, “Tan Hong Min”.
O rosto de Tan se transfigura num belo sorriso. Seu queixo literalmente cai de felicidade. Ele logo põe a mão direita no braço esquerdo de Umi. Ambos dão meia volta e saem para o mundo, abraçados. O vídeo termina com esses dizeres: “Nossa vida é definida pelo medo ou pelo amor. Ame! =)”
Lembrei-me de meu primeiro puppy-love, um amor de criança: Miriam Magda Carvalho. Acho que era correspondido, sim, mas até hoje não sei. Sei que eu morria de medo de não ser. Eu tinha entre sete e nove anos. Aquele amor nasceu e morreu platônico, mas a amizade jamais acabou. Pena que aquelas palavras mais doces nunca foram ditas. Umi e Tan, esses dois simpáticos baixinhos do século XXI, era do email e do FaceBook, tiveram mais sorte: um cupido eletrônico e internacional. Bom para eles! Você, não arrume desculpas, não. Abra o coração, sem medo e sem ilusão!

Saturday, March 12, 2011

Beijo tua boquinha gulosa (Cartas de Guimarães Rosa)


P.S.: Beijo tua boquinha gulosa
Eliane Brum
Revista Época
05/09/2008 - 22:29 - ATUALIZADO EM 10/09/2008 - 17:35
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI12009-15254,00-PS+BEIJO+TUA+BOQUINHA+GULOSA.html

 As cartas de amor de Guimarães Rosa para Aracy revelam o lado mais sensual do autor de Grande Sertão: Veredas
Reprodução arq. pessoal
MUSA Aracy Guimarães Rosa, na época em que encantou o escritor. Hoje, ela ainda vive, aos 100 anos
Olhe bem para a boca da bela mulher do retrato. Para esses lábios, um dos maiores nomes da literatura brasileira escreveu: “Antes e depois, beijar, longamente, a tua boquinha. Essa tua boca sensual e perversamente bonita, expressiva, quente, sabida, sabidíssima, suavíssima, ousada, ávida, requintada, ‘rafinierte’, gulosa, pecadora, especialista, perfumada, gostosa, tão gostosa como você toda inteira, meu anjo de Aracy bonita, muito minha, dona do meu coração”.
Sim, ele mesmo. João Guimarães Rosa, o autor de Grande Sertão: Veredas, entre outras obras-primas da língua portuguesa, o diplomata sempre refinado do Itamaraty, escreveu essas linhas condimentadas e centenas de outras para a grande companheira de sua vida, num estilo que em nada lembra a prosa de Riobaldo e Diadorim. Quando “Joãozinho” escrevia para “Ara” (era assim que eles chamavam um ao outro ), era direto, rasgado, explícito. Só pensava em “boquinha sabida”, “pintazinha do pé esquerdo”, “camisolinha cor-de-rosa”.
O acervo – grande parte dele inédito – é composto por 107 cartas, 44 postais, bilhetes e telegramas, escritos por Rosa para Aracy entre 24 de agosto de 1938 e 18 de agosto de 1960. A pesquisa da correspondência foi confiada a duas estudiosas da obra do escritor, Neuma Cavalcante, da Universidade Federal do Ceará, e Elza Miné, da Universidade de São Paulo. Elas se dedicam agora a escrever a biografia de Aracy Moebius de Carvalho Guimarães Rosa, uma personagem extraordinária por motivos que vão muito além da condição de mulher de grande homem.
O livro será lançado ainda no ano do centenário de Aracy, que se encerra em 20 de abril. “Quando comecei a ler as cartas, fiquei muito tímida, como sempre acontece quando lemos a correspondência de alguém”, diz Neuma. “Fiquei muito emocionada com a vida deles. Aos poucos, senti como se fossem da família.”
A pesquisa foi iniciada no fim da década de 90. Em 2006, Neuma e Elza publicaram um artigo analisando a correspondência amorosa, nos Anais do Seminário Internacional em comemoração aos 50 anos de Grande Sertão: Veredas. Na biografia que preparam, as cartas serão reveladas e ganharão sentido no contexto da vida e da época de Aracy.
Aos 100 anos, Aracy vive em São Paulo com a família de seu único filho, Eduardo Tess. Sofre de mal de Alzheimer e esqueceu-se de quem é. Rosa a conheceu ao desembarcar na Alemanha, em 1938, para assumir o posto de cônsul-adjunto em Hamburgo. No Brasil, ele deixara a primeira mulher e as duas filhas. Aracy, desquitada e com um filho pequeno, era funcionária do consulado. Já era notável por três características: a estampa de atriz, a língua afiada e uma determinação capaz de meter medo nos SS de Hitler. Apaixonaram-se.
Aracy fez sua própria lenda ao ajudar judeus a conseguir vistos para fugir da Alemanha nazista. Ao fazê-lo, ela desobedecia à diplomacia de Getúlio Vargas. Pelas vidas que salvou, recebeu o título de “Justa entre as Nações”, conferido pelo Museu do Holocausto, em Jerusalém.
Rosa morreu praticamente em seus braços, em 1967. Nas três décadas de sua história de amor, ele publicou os livros que o tornaram imortal. A Aracy dedicou sua obra-prima, Grande Sertão: Veredas. Dedicou, não. “Deu”, como explicou ao tradutor do livro para o francês.
A correspondência revela o alcance desse romance da vida real. Aracy era a amante cujo perfume – Femme – ele sentia mesmo quando havia um oceano entre eles. E era a crítica exigente de sua obra: “Melhor ficaria se a minha mulherzinha estivesse ao meu lado, (...) revendo os meus escritos e dando a sua acertada opinião. Digo isso, porque introduzi todas aquelas alterações propostas por você”.
As cartas iluminam o lugar de Aracy nas várias dimensões da vida de Rosa. E algumas são belas. Mas a delícia dessa correspondência, como de boa parte das cartas de amor de grandes literatos, são os trechos de absoluto desatino. As frases derramadas os aproximam da carne imperfeita dos leitores. Cada excesso, uma fragilidade exposta. Como apaixonado, o gênio é um homem comum. Até mesmo Fernando Pessoa – Todas as cartas de amor são ridículas/Não fossem ridículas não seriam cartas de amor – provou a agudeza de sua poesia ao cometer algumas bem estapafúrdias. Do amor ninguém escapa: nem os príncipes de Gales, nem os gênios.
Rosa reinventou a língua em sua obra, mas, como qualquer homem, ao pegar da caneta para escrever à amada, não inventou coisa alguma. Nada de “nonada”. No amor, era só “João Babão”. É um Rosa deliciosamente prosaico que emerge dessas linhas, chamando sua mulher de “m%” (“meu cem por cento”). E disposto a tomar veredas estilisticamente arriscadas para honrar os “pezinhos” de Aracy: “Meu amorzinho, podes, claro, comprar os três pares de sapatos de que gostaste. Se sobrar algo, compra outros chinelinhos, também. E... traz, depressa, os pezinhos para mim...”.